domingo, 10 de janeiro de 2010

Alguns cuidados (e atenção) com cias. Low Fare (baixo custo)

Sejam todos bem-vindos ao ano de 2010 e a uma nova década!!! Essa década promete muito para nosso país, em especial, por eventos como Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016.


Depois de umas duas semanas de folga, voltei para o blog e já deixo meu compromisso que esse ano haverá muita novidade por aqui. O fundamento dele vai continuar o mesmo e você sempre encontrará dicas de como melhorar sua viagem.


Começo o ano falando de cias. low fare. Antes de qualquer coisa, vamos clarear alguns conceitos. Tem muita gente por aí se vendendo como low cost (baixo custo) o que difere totalmente do conceito de low fare, mas está contido nele. Explico.


O conceito low cost teve sua origem no ano de 1977 pela Laker Airways, uma companhia aérea inglesa que iniciou vôos entre London e New York. Uma companhia low cost, busca aeroportos alternativos (no caso da Laker eles utilizavam o aeroporto de Gatwick em London, um pouco longe dependendo de onde você esteja), que no caso do Brasil, para quem mora em São Paulo, você pode utilizar os aeroportos de Guarulhos e Campinas, ao invés de Congonhas e até mesmo em Brasília, o aeroporto de Goiânia. Essa realidade acontece em João Pessoa, Paraíba. Muitas pessoas viajam para Recife, que têm mais opções em relação ao aeroporto de João Pessoa, além do preço ser menor.


Outro ponto de uma empresa low cost é que ela tem uma frota padrão, em geral constituída de Airbus A320 ou Boeing 737 (700 e/ou 800). Os horários podem não ser os melhores também. Em geral muito cedo ou tarde, tudo visando evitar "congestionamentos" e melhorar o consumo de combustível. Tempo em solo é fundamental, nada de muitos atrasos, pois tempo é dinheiro. Outros pontos como serviço de bordo pago, entretenimento ausente, web check-in (que dispensa o check-in tradicional e também papel da companhia), além da venda de bilhetes por internet, classe única de serviço e uso extremo das aeronaves marca uma low cost.


Porém, essas medidas beneficiam a empresas (algumas empresas tradicionais estão adotando alguns moldes desse para competir com as empresas de low cost). No caso da Laker, empresas tradicionais na época como British Airways e Pan Am conseguiram equilibrar o preço e derrubaram a Laker. Nesse caso os preços caíram, e dai podemos falar em low cost/low fare.


Eu quero lembrar que no Brasil não temos NENHUMA empresa low fare. A GOL que tantos aclamam como sendo a mais barata, na verdade criou isso no imaginário popular com promoções de passagem a R$ 1,00, que hoje não existem mais, mas que deixaram a sensação de que ela é sempre mais barata. Vou dar um exemplo bem prático que encontrei hoje, enquanto estava comprando um bilhete e comparando preços entre GOL e TAM. A rota Palmas - São Paulo está por R$ 503,04 em ambas as companhias. Vejam os "comparativos":







 




Uma única passagem, numa única rota, não pode caracterizar que uma low cost seja mais cara ou barata que um convencional, porém, a GOL não é uma empresa low fare e sim low cost.


No Brasil, uma empresa que quer se tornar low fare e espero que se torne, é a Webjet, que já tem características de low cost, mas vai acentuar elas e virar uma low fare/low cost. Vamos ver se a promessa será cumprida.


Resumindo essa parte do post, uma companhia low cost, não necessariamente é uma low fare. Compare preços e condições sempre.


Um exemplo típico de "tapeamento" do consumidor são as taxas cobradas. Você vê aquela passagem com um preço bem tentador e depois ela aumentada fica dezenas de reais mais cara. Eu particularmente acho antiético da parte de agências de turismo e cias. aéreas, mas é prática de mercado. Sempre questione pelo preço com taxas (todas). E questione taxas que pareçam duvidosas.


Outro cuidado, é que as empresas andam "incluindo" seguros em sua passagem, de certa forma oculta, o que pode resultar num aumento dela também. Isso é comum nas compras online, onde um pequena caixa de seleção com a opção do seguro selecionada e seu valor aparecem. Se você desejar o seguro, tudo bem (vamos conversar sobre isso em breve).


Procure saber a distância e os meios de transporte disponíveis entre os aeroportos de origem e destino em relação a sua casa ou hotel que irá ficar. Já percebeu que a Azul vende Campinas como São Paulo?







O aeroporto de Viracopos fica a cerca de 1:30h (de ônibus) de São Paulo (cidade). É uma ótima jogada de marketing vender Campinas como São Paulo (estado). Mas, muita gente já pousou em Campinas, pensando ser São Paulo. Na Europa também é comum isso, portanto, fique atento.


No Brasil existe uma lei que termina franquias mínimas de bagagem que as empresas devem seguir de acordo com o destino do vôo e a aeronave empregada, portanto, não existe a cobrança de bagagem despachada, salvo o excesso. Em outros países onde tais leis não existem as cias. low fare cobram (e cobram mesmo) por bagagem despachada. Os preços muitas vezes não são os mais atrativos. Verifique os preços antes de fechar a compra da passagem.


Vai comer? No Brasil, a GOL já começou a ter um serviço de bordo "incrementado", pago, com sanduíches, refrigerante em lata, chocolate, cerveja, vinho, etc em complemento ao padrão que muita gente reclamava (eu particularmente acho que avião não é restaurante, portanto, vôos abaixo de 4/5 horas não precisariam de comida, o que é a grande maioria das rotas no Brasil). Todos sabem que o preço da alimentação praticada nos aeroportos não é a mais barata, porém, você pode contar com mais opções do que no avião, onde o preço da companhia é aquele e não existe concorrência.


Se você encontrar algum tipo de entretenimento abordo, não se esqueça que ele pode ser pago. Fones de ouvido? Alguns dólares? Quer ver TV ou acessar a internet? Cartão de crédito em mãos.


Não sou contra a cobrança desses serviços, exceto o que Ryanair queria colocar de cobrar pela utilização do sanitário. Acredite se quiser, mas queriam cobrar £1,00 (uma libra) para utilizar o banheiro no avião. Isso já abuso! Uma coisa é você viajar e ficar sem se alimentar ou ver TV, ouvir música, etc. Já o uso do banheiro não é algo sob nosso pleno controle. Imagine que você coma algo que não caia bem?


Esses serviços adicionais que as empresas cobram é uma das fontes de renda delas. É como aquele restaurante que oferece pratos a um preço atrativo e muitas vezes é no estilo "coma até não agüentar", onde um simples suco pode custar até 40% da sua refeição. É nesse suco que está o lucro deles. Assim como é nesses serviços é que eles conseguem aumentar seus lucros.


Para nós consumidores, olhar apenas o preço da passagem não basta. Se você tiver a intenção de utilizar algum dos serviços oferecidos pela aérea, verifique seus valores e some tudo isso no preço final da passagem. Você pode se surpreender, mas, algumas cias. aéreas tradicionais podem sair mais baratas que uma low fare.


Na próxima semana eu vou continuar falando de "dicas para as férias (fim do ano já passou)", com "Levar dinheiro para o exterior. Qual a melhor forma?".


¡Hasta luego!

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