domingo, 31 de janeiro de 2010

Levar seu celular (número) para o exterior



Para fechar a série de posts sobre o período de férias, hoje vou falar sobre o uso do celular no exterior ou o chamado Roaming Internacional. Esse serviço permite que você faça e receba ligações no exterior como se estivesse no Brasil, além de em alguns casos, enviar mensagens e navegar na internet, porém, muitos serviços não podem ser utilizados fora do país e isso varia de operadora para operadora.

Quem já levou o celular para o exterior já deve ter tido "agradáveis" surpresas com a conta no fim do mês (ah, antes que eu me esqueça, não existe roaming internacional para celular pré-pago). Eu já passei por esse susto, mas, com o conhecimento que fui adquirindo e agora compartilhando com vocês, fui economizando em cada viagem ao exterior.

Em 2008, foi o primeiro ano que resolvi levar um celular para o exterior em uma viagem a Buenos Aires. Na época utilizada o serviços da TIM. Ao fazer cerca de 15 minutos de ligações para o Brasil e me deparo com o valor de R$ 100,00 pela utilização do serviço de roaming internacional. Já sabendo que ligar do meu celular do Brasil seria uma facada, comprei um chip da Personal Telecom por cerca de 25 pesos, carreguei com mais 25 pesos (convertendo para reais, cerca de R$ 30,00) e liguei para o Brasil e Buenos Aires, voltando pra casa com 12 pesos. Em suma, gastei cerca de R$ 25,00 ou 1/4 do que a TIM me cobrou pra falar o dobro que meu celular do Brasil.

A estratégia de comprar um chip local (de preferência que venha com algum crédito, no meu caso, o da Personal veio com 10 pesos) é sempre melhor que usar o seu celular. Porém, duas informações técnicas devem ser vistas antes disso. A primeira é se seu celular é desbloqueado, isto é, se ele aceita chips de outras operadoras. Se você comprou seu celular diretamente na operadora (exceto a Oi), seu celular está bloqueado.  Nesse caso, você pode solicitar o desbloqueio (gratuito - é lei) na operadora, levando a nota fiscal do aparelho ou levando em alguém que faça o desbloqueio, o que no caso vai ser pago.

A segunda informação é a freqüência do seu aparelho e se o mesmo é GSM (o famoso celular com chip). No caso dos aparelhos GSM é preciso ficar atento sobre quais freqüências ele aceita. Se o mesmo for quadriband quer dizer que ele aceita todas as freqüências do padrão GSM (850/900/1800 e 1900Mhz) e você pode ficar tranqüilo que ele irá funcionar em qualquer operadora. Fora disso, você deve ficar atento se no país para qual você irá, as freqüências que seu aparelho aceita estarão disponíveis. Para esses casos, um ótimo site é o GSM World (http://www.gsmworld.com/) que contém uma lista de operadoras GSM em diversos países. O único porém do site é ser em inglês, mas, um mapa ajuda a achar o país e a exibir o nome das operadoras. Para saber a freqüência de seu aparelho, basta consultar o manual do fabricante ou ligar para o SAC dele e questionar.

Se você tem um celular CDMA, TDMA ou Analógico, é melhor você adquirir ou alugar um aparelho GSM antes da sua viagem, pois, essa tecnologia já não funciona mais em muitos países.

Aliás, alugar um aparelho é uma alternativa interessante a adquirir um chip local. Geralmente você paga uma pequena taxa no aluguel do aparelho mais o serviço utilizado. Particularmente nunca utilizei esse serviço, mas se alguém já utilizou, não deixem de comentar suas experiências.

Agora você pode estar se perguntando: Mas, e meu número do Brasil, tenho negócios, pessoas que vão me ligar nesse número?

Receber ligações no exterior é tarifado também. Isso ocorre, segundo as operadoras, que seu número do Brasil irá "ligar" para o seu número real no exterior (quando mudamos de código de área, nosso número na verdade adquire uma linha local), logo você paga para fazer e receber chamadas. Porém, em muitos países seu identificador de chamadas continua funcionando normalmente (questione sua operadora) e você pode simplesmente verificar quem está te ligando e retornar do número local.

Para que seu celular possa fazer e receber chamadas no exterior, antes de mais nada, você precisa ligar para sua operadora e solicitar a ativação do serviço. Esse é gratuito, você só gasta o tempo de ser atendido e fazer o pedido. Pronto, agora você pode ver quem está ligando e retornar.

Novamente você pode me falar: Não quero carregar dois celulares na minha viagem!

Tudo bem, existe outra maneira de carregar apenas um celular durante toda sua viagem. Comprando um celular dual chip, ou seja, que aceita dois chips. Assim, você pode manter no mesmo aparelho o chip de sua operadora aqui e da outra no exterior.

Mas, o século XXI está aí e podemos usar outra tecnologia muito boa, o VOIP. Para quem não sabe o VOIP permite que você faça ligações pela internet pagando preços muito baixos, isso por que a empresa responsável pelo serviço possui centrais telefônicas em diversas cidades e simplesmente redireciona sua ligação para ela, fazendo uma ligação local (que é o tipo mais barato de ligação que tem). 

O mais popular de todos é o Skype (http://www.skype.com), onde é possível fazer o download gratuito do software (têm versões para Windows, Mac, iPhone e outros celulares) em inglês ou português.

Com o Skype é possível fazer um ótimo esquema para receber ligações no exterior de uma forma bem barata: Inicialmente você deve abrir uma conta mensal (chamada de SkypeIn), que vai lhe gerar um número de telefone fixo local, onde seus familiares, colegas de trabalho e demais podem ligar para você. Se você estiver num computador, com o Skype on-line, irá receber essa chamada nele.

Quando você viajar, você adquire um chip local e depois entra em sua conta Skype e pede para que suas chamadas sejam desviadas para o chip do país em que você está. Bingo! Quem liga para você irá pagar uma ligação local e você estará dentro de sua franquia de minutos com a Skype. Além disso, você pode desviar as chamadas do seu celular para esse número local e portanto só pagará uma chamada local ou irá consumir seus minutos junto com a operadora.

Eu recomendo o uso desse modelo pra quem vai muito pro exterior. Já quem vai com menos freqüência o melhor é comprar um chip local.

E quanto as cabines telefônicas? Elas são muito boas também. Porém, você precisa se atentar aos preços que são cobrados por elas, além disso em alguns lugares elas são relativamente difíceis de serem encontradas.

Ligar do hotel somente em casos de emergência extrema, uma vez que o hotel quer lucrar sobre a ligação e vai taxar você por isso. Use ele somente para ligações internas.

Antes que eu feche o post. Temos os cartões internacionais, que são cartões pré-pagos (são oferecidos em bancas de jornais e aeroportos, geralmente) que permitem que você ligue do exterior. Fique muito atento a esses cartões quanto a sua cobertura no exterior, pois, em alguns países eles podem não funcionar.

Depois de ver todas essas soluções você pode se perguntar: Qual é a melhor?

Ela vai depender de você e da relação custo/benefício que você achar. Se você acha muito chato ficar procurando operadora local, conhecendo as tarifas (pesquisar é sempre bem-vindo), desbloquear celular, etc, o melhor é levar seu número para o exterior e usar lá.

Já se você não quer gastar alguns bons trocados e tomar um susto com sua conta no fim do mês, o melhor é escolher umas das alternativas que passei. Se você quiser comprar um chip local, basta que você pesquise o site das operadoras locais uma semana antes da sua viagem, veja os preços (do chip, minuto para o Brasil, local, caso utilize) e um ponto de venda próximo do local onde você estará. Pronto! Seu roteiro estará traçado.

Por essa semana é isso. Fecho aqui a temporada de dicas de férias do vacatip. Nas próximas três semanas vou fazer a avaliação de três salas vips no aeroporto de Guarulhos: Crown Room Club (Delta Airlines), American Express e Diners Club.

Não deixem de comentar o que acharam do post. A opinião de vocês é muito importante para os próximos posts.

Comentários: O nosso leitor Júlio informou que levou seu celular pré-pago TIM para a Itália onde o mesmo pelo "modesto" valor de R$ 7,00 o minuto da chamada feita ou recebida. Para ativar o serviço é preciso ter o minímo de R$ 50,00 de crédito.

O Gabriel Dias deixou a dica do Embratel direto a cobrar, onde você liga para um número estilo 0800 no país em que você estiver e de lá poderá ligar para qualquer telefone do Brasil.

Muito obrigado pelas dicas. A colaboração faz parte desse blog também. 

¡Hasta luego!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Seguro Viagem - Realmente precisamos dele?

São raras as exceções de organizações governamentais que realmente "pegam no pé" quando algumas empresas estão fazendo algo de "errado". Para iniciar meu post aí vai meus parabéns para a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) por ter notificado a GOL e TAM da venda "casada" de seguros viagens em seus sites, deixando as opções pré-selecionadas. Para quem quiser saber mais ai vai o link:


http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/infomoney/2010/01/13/companhias-aereas-sao-notificadas-por-vender-seguro-junto-com-passagem.jhtm


Aproveitando essa brecha, resolvi falar de seguro de viagem. Eles são oferecidos de várias maneiras e muitas vezes estão oculto em alguma taxa que você paga. No caso das cias. aéreas brasileiras, você notava o valor no final da compra, um pouco antes de debitar seu cartão. Muita gente acaba passando "batido" por esse valor e aí está protegido de algo que ela não tem a menor idéia.


Para os que gostam de viajar de ônibus, essa prática é normal a muitos anos por elas. Mas, como esse mercado não é tão bem "regulamentado" a cobrança é feita. Sempre que for adquirir uma passagem de ônibus questione se existe algum seguro embutido. Lembre-se, já existe por lei, um seguro que toda vítima de acidente de transporte terrestre tem direito a receber, o famoso seguro obrigatório, que vale para o passageiro e pedestre também. Muitas empresas de ônibus "esquecem" desse seguro e vendem seus próprios seguros. Em geral, esses seguros são para acidentes, o que já é coberto pelo seguro obrigatório, portanto, salve alguns reais e não aceite o seguro.


Já para aqueles que vão viajar de avião, vocês sabem que probabilidade (e se não sabe vai saber) de um acidente aéreo é muito baixa. O que assusta muita gente é que pela sua raridade, quando ocorre, a imprensa dá um foco. Um acidente de avião pode ficar anos nas páginas de jornal, enquanto um de ônibus, fica no máximo uns dias. Bom, nesse caso um seguro de algo que raramente ocorre é uma bela fonte de lucro.


Bagagem? Acidentes pessoais? Prisão? Já verificou se seu cartão de crédito oferece algum desses serviços? Se sim, você está com sorte. Não precisa adquirir nenhum desses serviços de seguros oferecidos.


Mas, se você não possui? Bom, a bagagem é muito simples. As cias. aéreas são obrigadas a indenizar os passageiros em caso de perda ou dano de sua bagagem. O caminho não é simples, mas não espero algo muito mais simples com o seguro.


Prisão? Quando for ao exterior sempre carregue o telefone dos consulados e embaixadas do Brasil no país em que você estará. O telefone do Itamaraty é muito útil também. Caso tenha problemas, ligue para esses números.


Para os acidentes pessoais a coisa fica um pouco mais difícil. Se você estiver viajando no Brasil, verifique se seu plano de saúde cobre viagens e quais são os hospitais filiados nas cidades em que você estará. No exterior o mesmo é válido, mas, é muito raro (e caro) um plano com esse tipo de cobertura. Se você utiliza algum tipo de medicamente com freqüência, você deve levar ele em quantidades acima do que você tomaria para não passar por nenhum aperto. Em alguns países, leis, proíbem determinado medicamento, o mesmo pode ter outro nome ou até mesmo não existir.


Se você for para a Europa (países que fazem parte da união européia, em especial), lembre-se do Acordo de Schengen. Esse acordo permite que você circule livremente pelos países da união européia, porém, é necessário para nós um certificado que funciona mais como um seguro para despesas médicas. Muitos cartões oferecem esse serviço "gratuitamente".


Ler o que seu cartão oferece é muito bom para ter uma noção da sua assistência viagem inclusa nele. Em geral, cartões Gold ou Platinum oferecem esse tipo de assistência. Essas informações estão na carta de boas-vindas ou podem ser obtidas no site do seu banco ou central de atendimento.


Apenas um pequeno detalhe. Não confunda seguro com taxas de segurança, como as que são cobradas nos Estados Unidos. As taxas de segurança são obrigatórias e devem ser pagas.


Para encerrar, eu não quero dizer para você nunca mais contratar um seguro de viagem. O que você deve levar em consideração é se ele é realmente necessário. No caso do ônibus, existe um seguro obrigatório que todos que possuem algum tipo de automóvel pagam e devem cobrar, se necessário. Na aviãção, existem indenização que as cias. aéreas pagam para acidentes e bagagens.


Por fim, olhar o que seu cartão de crédito ou banco (dependendo do seu tipo de conta) oferecem é uma boa e barata alternativa do que contratar um seguro, uma vez que muito dos benefícios são similares. Claro que você deve utilizar o cartão para a compra da passagem ou pacote, em alguns casos.


Um pequeno lembrete, para os casos de agência de turismo, verifique se existe algum tipo de seguro incluso em seu pacote, assim, você não precisa pagar em dobro ou em triplo por um seguro.


Aluguel de carro? Isso não é bem contado pelas operadoras de cartão, mas alguns cartões oferecem um seguro automático quando você aluga um automóvel para o caso de roubo, furto ou acidente. Novamente a frase "procure se informar" é bem vinda e evita que você pague o seguro da locadora do automóvel.


Bom, por essa semana é isso. Na próxima semana eu vou fechar a temporada de férias falando de "Uso do celular no exterior. Será que a comidade de manter seu número no exterior vale a pena?


Não deixem de comentar suas experiências com seguros de viagem, responder nossa pesquisa e dar uma olhada nos outros posts também!


¡Hasta luego!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Levar dinheiro para o exterior - Qual é a melhor forma?

Creio que essa pergunta é feita pela grande maioria dos viajantes que vão para o exterior. Independentemente de você ser um mochileiro ou não, essa dúvida sempre fica e a resposta é bem simples: Não existe uma melhor forma de levar dinheiro para o exterior. Por quê? Cada país é cada país.



Cartão de crédito/débito? Será que na Coréia do Norte ou em Cuba eles são bem vindos?

Dinheiro? Ele pode ser roubado

Traveller cheques (ou cheques de viagem)? Não são aceitos em todos os lugares

Moeda local? Já tentou trocar reais por dólar do Zimbábue? (Se conseguir me avise)



Todas as formas de levar dinheiro ao exterior têm seus prós e seus contras. Continuando a série sobre férias vou falar sobre as mais diversas formas de levar dinheiro para o exterior e dessas, você irá decidir qual seria a melhor para seu caso e lembrando sempre, do país que você irá visitar.



Cartão de crédito: Ter um cartão de crédito internacional já deixou de ser sinal de "status" há muitos anos. Hoje é muito comum possuir um desses e muitos vêem como uma forma de pagamento no exterior. Usado com consciência, ele é uma ótima ferramenta de crédito para o curto prazo (até 40 dias), porém no exterior é preciso tomar alguns cuidados. Em geral, qualquer compra que você faça no exterior é convertido em dólar e depois em sua fatura para real.



Por exemplo, se você adquirir um determinado produto em pesos argentinos (Argentina), esse valor será convertido para dólar no ato da compra. Esse valor em dólar será lançado em sua fatura e no dia do fechamento dela será acrescido o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e o câmbio para real. Se você pensa que parou por aí, você se enganou. No dia que sua fatura for paga, o valor gasto em dólar será novamente convertido para o câmbio do dia e ai você pode ganhar ou perder. Se o dólar subiu em relação ao fechamento de sua fatura, você terá que pagar a diferença na próxima fatura. Se ele caiu, você irá receber um desconto em sua próxima fatura. Prever o futuro do dólar frente ao real não é uma tarefa fácil, existem milhares de interesses da iniciativa privada, governo, etc em relação a sua cotação.



Outro ponto de atenção com o pagamento com cartão de crédito é em relação ao câmbio que sua operadora usa e taxas que ela possa cobrar pelo uso no exterior. Nesse quesito evite utilizar qualquer cartão da bandeira American Express, uma vez que eles fazem uma conversão sob o dólar turismo (o mais caro) e podem cobrar algumas taxas pelo uso do cartão no exterior. Já Visa, MasterCard e Diners Club têm um taxa de conversão, em geral, uma média entre o comercial (mais barato, que seria o oficial) e o turismo. O IOF é obrigatório para todas as operadoras.





Para evitar problemas, se você não viaja com muita freqüência para o exterior, ligue para sua operadora antes de viajar. Muitos cartões podem ter uma compra não autorizada por suspeita de clonagem e logo você poderá passar "um carão" no exterior. A operadora irá perguntar qual seu destino e em alguns casos poderá solicitar um valor estimado de gastos.



Por fim, fique atento a aceitação do cartão no país que você for. Dentre as três principais bandeiras globais, Visa, MasterCard (que inclui no exterior o Diners Club) e American Express, cada região, país ou cidade terá uma maior aceitação de uma ou outra. O ideal é que você tenha um cartão de cada bandeira. Para fechar, veja se é comum aceitar cartão de crédito no país de destino. Em alguns países mais "isolados" do mundo, sua aceitação é relativamente restrita e isso pode lhe causar transtornos. Guias de viagens, pessoas que já foram para o país, além de fóruns e blogs de viagem podem ser ótimos para obter essas informações.



Cartão de débito: Muitos bancos permitem o uso do seu cartão de débito no exterior, porém, você cai praticamente no mesmo nível de aceitação dos cartões de crédito. Procure saber o limite de uso do seu cartão de débito no exterior. Muitos bancos colocam um limite menor do que o nacional. A vantagem do débito no exterior é que a conversão é feita no ato, ou seja, não é preciso torcer pelo dólar ficar no mesmo patamar (ou baixar, que é melhor) como no crédito. O IOF também será cobrado e dependendo do banco, uma taxa será cobrada (informe-se com seu gerente).



Ligar para seu banco ou gerente antes de viajar para verificar a necessidade de qualquer desbloqueio, limites e taxas é uma boa.



Ainda sobre cartões, procure na parte de trás do mesmo, o número para contato em caso de problemas no exterior. Em geral, você ligará á cobrar e será atendido em português. Ligar na operadora local muitas vezes não irá resolver seu problema.



Traveller cheque: Durante muitos anos o traveller cheque foi uma ótima alternativa para viagens ao exterior. O modelo é bem simples. Você adquire um determinado valor localmente em alguma moeda específica (dólar, euro, libras, etc) e posteriormente no país de destino troca por aquele valor. Esqueça que isso não é uma realidade. Em geral trocar traveller cheque é igual ao mesmo que dor de cabeça e as taxas de conversão são abaixo da taxa dinheiro para dinheiro e outras pequenas taxas de comissão podem ser cobradas.



A vantagem do traveller cheque é sua segurança. Se você perder ou tiver ele furtado, roubado, a operadora do traveller cheque irá devolver o mesmo para você em um espaço de tempo muito curto (24/48 horas).



Visa Travel Money (VTM): Esse é o substituto, no meu ponto de vista, do traveller cheque (www.visa.com.br/travelmoney/). Com ele você recarrega um valor determinado (via casa de câmbio ou DOC - ele é um cartão pré-pago) e o mesmo é convertido em dólar. Não existe cobrança de IOF, o que já um ótimo início de conversa. Além disso, você não troca seu dinheiro em nenhuma casa de câmbio no exterior. Para utilizar basta ir a qualquer estabelecimento que aceita Visa ou se quiser dinheiro vivo, num caixa eletrônico (porém uma taxa de saque será cobrada, por isso, procure sacar o máximo necessário, a taxa é a mesma pra qualquer valor de saque).



Para obter um, você pode ir a uma casa de câmbio, fazer a recarga mínima de US$ 100,00 (no caso do cartão ser em dólar, ele pode ser em euro também, porém não sei o valor mínimo) e na hora você sai com o plástico e a senha. Além disso, você irá informar uma resposta secreta para o caso de perda ou roubo.



Sobre isso, em até 24 horas eles irão fazer a reposição do seu cartão, gratuitamente. Depois da primeira solicitação, as demais serão cobradas (US$/Euro 50,00, dependendo do cartão).



Outra vantagem é que ele é um cartão estilo débito, ou seja, não existe fatura. Tudo é eletrônico, debitado e convertido na hora pra dólar ou euro. Além disso, se você carregou US$ 100,00 hoje, ele continuará sendo US$ 100,00 no próximo mês, independentemente da variação cambial. Outra vantagem sobre o cartão de crédito. 

A viagem acabou e sobrou dinheiro? Sem problemas, você pode guardar ou recarregar pra próxima viagem ou simplesmente sacar em real.



Para fechar, você pode adicionar outros dependentes em seu cartão, isto é, pessoas que irão compartilhar o mesmo saldo com você.



Eu acho o VTM muito prático para pais que têm filhos no exterior também. Eles podem acompanhar os gastos e enviar dinheiro conforme necessário. Se você vai passar um bom tempo no exterior, ele também é interessante, uma vez você pode carregar ele daqui ou pedir pra alguém recarregar.



Câmbio: O dinheiro vivo é outra forma de levar dinheiro ao exterior. Mas, grandes quantidades podem ser perigosas (imagine se você é assaltado no primeiro de 60 dias de viagem). Mas, em alguns lugares que não existe uma grande aceitação de cartão, traveller cheque, etc, faz-se necessário o dinheiro.



Trocar o dinheiro pela moeda local no Brasil nem sempre pode ser um bom negócio. Se você for para países da América do Sul, como Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, é melhor você levar reais e trocar lá. Motivo? Aquele que caracteriza uma casa de câmbio: a cotação. A diferença de taxa de uma casa para outra pode variar muito. Eu gosto de trocar em lugares com muita concentração de casas (aeroportos ou ruas onde existem mais de 3/4 casas de câmbio). Trocar na casa de câmbio local, ou, no aeroporto que têm uma/duas casas de câmbio é pedir para ser "assaltado" na taxa.



Lembre-se de levar RG (passaporte também vale aqui e no exterior é obrigatório) originais e CPF (no Brasil). Na primeira vez que você fizer uma compra, alguns dados serão cadastrados. Algumas casas (BB Tur, do Banco do Brasil), exigem cópia da passagem.



Outro detalhe acompanhe a cotação do dólar turismo e não comercial. O dólar comercial é utilizado para transações financeiras entre empresas e internacionais. Para nós, simples mortais, o que vale é o dólar turismo, mais caro (sempre) que o comercial. Ao adquirir dólares, questione "a cotação já inclui IOF e comissões?". O IOF também é obrigatório e algumas casas cobram comissão.



Se você quiser uma forma mais barata de converter seu dinheiro, veja abaixo:



Câmbio (por conta e risco): Já tentou trocar dólares com alguém que acabou de chegar de um vôo dos Estados Unidos? Esse tipo de operação é um câmbio paralelo. Não é ilegal fazer isso, porém, tome muito cuidado. Notas faltas ou sem validade podem vim nessa troca e você não terá com quem reclamar.



A vantagem é a cotação. As casas de câmbio vendem uma determinada moeda acima da cotação do comercial e compram de quem vende a elas abaixo. Eu em geral paro em frente a uma casa de câmbio, mostro pra pessoal o valor da compra + venda, faço uma divisão por dois e troco. Ganha quem vende e quem compra. Usar a cotação do comercial é uma boa saída também.



Em alguns aeroportos de maior movimento, você pode trocar dólares, euro e libra com maleiros e taxistas. Devido ao pagamento de corridas e "caixinhas", eles acumulam uma quantidade boa e oferecem (se você perguntar) a uma taxa boa.



De ambas as formas, a conversão é informal e não requer a burocracia das casas de câmbio.



Em alguns países são comum as "casas de câmbio logo ali". Recomendo evitar elas, pois, podem ser armadilhas para assaltos. Faça a troca em um lugar relativamente movimentado. Nada de câmbio em lugares vazios.



Saque em moeda local: Alguns bancos oferecem essa modalidade de saque, através do seu cartão utilizado no Brasil.



Verifique os limites que você tem direito e também as taxas e rede conveniada no país e seu horário de funcionamento. Se você possuir conta em algum banco internacional (HSBC, Citibank, etc), procure saber se existe caixa local na cidade em que você está. Em muitos casos você terá isenção de taxas ou elas serão menores que na rede parceira.



Quando você realiza um saque no exterior, o princípio do cartão de débito é aplicado. No ato do saque, o valor é convertido para real e acrescido de IOF e taxas. O valor sai na hora da conta.



No caso do dinheiro vivo, procure distribuir os valores entre outras pessoas que irão viajar com você. Doleiras e compartimentos que podem ser colocados no cinto, perna, além do velho dinheiro na meia (e para alguns políticos na cueca), são boas alternativas. Nunca concentre seu dinheiro, assim como cartões e cheques num único lugar. Manter eles separados é sempre uma ótima idéia e uma questão de segurança.



Para fechar o post, como disse no início, não existe uma melhor forma de levar dinheiro para o exterior. Porém, uma única forma não é o melhor jeito. Misturar dinheiro, cartão, VTM, traveller cheque, etc é a forma correta de levar dinheiro para o exterior.



Eu particularmente viajo com cartões de crédito, VTM, dólares, se for possível, um pouco de moeda local e sempre alguma reserva de emergência em Libra/Euro, que valem mais que o dólar.



A proporção desse mix irá variar para o país e cidade que você for. No caso de cartões, alguns países são bem restritivos com seu uso, portanto a maior parte ou quase toda será em dinheiro. Já em países da América do Sul (nas capitais, principalmente), não existe problemas em misturar real e dólar. Eu sempre busco levar moeda local para algumas coisas de chegada de viagem como uma água, um sanduíche e até mesmo um táxi.



Um último lembre é: Tenha sempre a taxa de conversão em sua cabeça. Existem alguns programinhas para celular que podem fazer essa conversão para você, mas, é importante saber ela de cabeça para não ser "enganado" por nenhuma casa de câmbio ou "trocador". Lembre-se que todos querem lucrar, portanto, seu dinheiro irá perder um pouco de valor nessas trocas. Não tenho uma proporção, pois, isso vai variar da forma que você irá trocar seu dinheiro, mas tenha certeza que haverá uma perda. A pesquisa nesse caso é o melhor caminho.



Vocês têm alguma forma peculiar de levar dinheiro para o exterior? Como foi sua experiência com cartões de crédito/débito, VTM, etc? Deixe seu comentário.



Na próxima semana, vou falar sobre seguros de viagem. Na última semana comentei sobre algumas aéreas (incluindo as locais) que colocam um seguro na venda de suas passagens. Nessa última semana, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), notificou formalmente GOL e TAM por venda casada, uma vez que a opção de solicitar um seguro viagem está pré-selecionada em sua compra. Para mais detalhes veja o link abaixo:


Por essa semana é só.


¡Hasta luego!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Alguns cuidados (e atenção) com cias. Low Fare (baixo custo)

Sejam todos bem-vindos ao ano de 2010 e a uma nova década!!! Essa década promete muito para nosso país, em especial, por eventos como Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016.


Depois de umas duas semanas de folga, voltei para o blog e já deixo meu compromisso que esse ano haverá muita novidade por aqui. O fundamento dele vai continuar o mesmo e você sempre encontrará dicas de como melhorar sua viagem.


Começo o ano falando de cias. low fare. Antes de qualquer coisa, vamos clarear alguns conceitos. Tem muita gente por aí se vendendo como low cost (baixo custo) o que difere totalmente do conceito de low fare, mas está contido nele. Explico.


O conceito low cost teve sua origem no ano de 1977 pela Laker Airways, uma companhia aérea inglesa que iniciou vôos entre London e New York. Uma companhia low cost, busca aeroportos alternativos (no caso da Laker eles utilizavam o aeroporto de Gatwick em London, um pouco longe dependendo de onde você esteja), que no caso do Brasil, para quem mora em São Paulo, você pode utilizar os aeroportos de Guarulhos e Campinas, ao invés de Congonhas e até mesmo em Brasília, o aeroporto de Goiânia. Essa realidade acontece em João Pessoa, Paraíba. Muitas pessoas viajam para Recife, que têm mais opções em relação ao aeroporto de João Pessoa, além do preço ser menor.


Outro ponto de uma empresa low cost é que ela tem uma frota padrão, em geral constituída de Airbus A320 ou Boeing 737 (700 e/ou 800). Os horários podem não ser os melhores também. Em geral muito cedo ou tarde, tudo visando evitar "congestionamentos" e melhorar o consumo de combustível. Tempo em solo é fundamental, nada de muitos atrasos, pois tempo é dinheiro. Outros pontos como serviço de bordo pago, entretenimento ausente, web check-in (que dispensa o check-in tradicional e também papel da companhia), além da venda de bilhetes por internet, classe única de serviço e uso extremo das aeronaves marca uma low cost.


Porém, essas medidas beneficiam a empresas (algumas empresas tradicionais estão adotando alguns moldes desse para competir com as empresas de low cost). No caso da Laker, empresas tradicionais na época como British Airways e Pan Am conseguiram equilibrar o preço e derrubaram a Laker. Nesse caso os preços caíram, e dai podemos falar em low cost/low fare.


Eu quero lembrar que no Brasil não temos NENHUMA empresa low fare. A GOL que tantos aclamam como sendo a mais barata, na verdade criou isso no imaginário popular com promoções de passagem a R$ 1,00, que hoje não existem mais, mas que deixaram a sensação de que ela é sempre mais barata. Vou dar um exemplo bem prático que encontrei hoje, enquanto estava comprando um bilhete e comparando preços entre GOL e TAM. A rota Palmas - São Paulo está por R$ 503,04 em ambas as companhias. Vejam os "comparativos":







 




Uma única passagem, numa única rota, não pode caracterizar que uma low cost seja mais cara ou barata que um convencional, porém, a GOL não é uma empresa low fare e sim low cost.


No Brasil, uma empresa que quer se tornar low fare e espero que se torne, é a Webjet, que já tem características de low cost, mas vai acentuar elas e virar uma low fare/low cost. Vamos ver se a promessa será cumprida.


Resumindo essa parte do post, uma companhia low cost, não necessariamente é uma low fare. Compare preços e condições sempre.


Um exemplo típico de "tapeamento" do consumidor são as taxas cobradas. Você vê aquela passagem com um preço bem tentador e depois ela aumentada fica dezenas de reais mais cara. Eu particularmente acho antiético da parte de agências de turismo e cias. aéreas, mas é prática de mercado. Sempre questione pelo preço com taxas (todas). E questione taxas que pareçam duvidosas.


Outro cuidado, é que as empresas andam "incluindo" seguros em sua passagem, de certa forma oculta, o que pode resultar num aumento dela também. Isso é comum nas compras online, onde um pequena caixa de seleção com a opção do seguro selecionada e seu valor aparecem. Se você desejar o seguro, tudo bem (vamos conversar sobre isso em breve).


Procure saber a distância e os meios de transporte disponíveis entre os aeroportos de origem e destino em relação a sua casa ou hotel que irá ficar. Já percebeu que a Azul vende Campinas como São Paulo?







O aeroporto de Viracopos fica a cerca de 1:30h (de ônibus) de São Paulo (cidade). É uma ótima jogada de marketing vender Campinas como São Paulo (estado). Mas, muita gente já pousou em Campinas, pensando ser São Paulo. Na Europa também é comum isso, portanto, fique atento.


No Brasil existe uma lei que termina franquias mínimas de bagagem que as empresas devem seguir de acordo com o destino do vôo e a aeronave empregada, portanto, não existe a cobrança de bagagem despachada, salvo o excesso. Em outros países onde tais leis não existem as cias. low fare cobram (e cobram mesmo) por bagagem despachada. Os preços muitas vezes não são os mais atrativos. Verifique os preços antes de fechar a compra da passagem.


Vai comer? No Brasil, a GOL já começou a ter um serviço de bordo "incrementado", pago, com sanduíches, refrigerante em lata, chocolate, cerveja, vinho, etc em complemento ao padrão que muita gente reclamava (eu particularmente acho que avião não é restaurante, portanto, vôos abaixo de 4/5 horas não precisariam de comida, o que é a grande maioria das rotas no Brasil). Todos sabem que o preço da alimentação praticada nos aeroportos não é a mais barata, porém, você pode contar com mais opções do que no avião, onde o preço da companhia é aquele e não existe concorrência.


Se você encontrar algum tipo de entretenimento abordo, não se esqueça que ele pode ser pago. Fones de ouvido? Alguns dólares? Quer ver TV ou acessar a internet? Cartão de crédito em mãos.


Não sou contra a cobrança desses serviços, exceto o que Ryanair queria colocar de cobrar pela utilização do sanitário. Acredite se quiser, mas queriam cobrar £1,00 (uma libra) para utilizar o banheiro no avião. Isso já abuso! Uma coisa é você viajar e ficar sem se alimentar ou ver TV, ouvir música, etc. Já o uso do banheiro não é algo sob nosso pleno controle. Imagine que você coma algo que não caia bem?


Esses serviços adicionais que as empresas cobram é uma das fontes de renda delas. É como aquele restaurante que oferece pratos a um preço atrativo e muitas vezes é no estilo "coma até não agüentar", onde um simples suco pode custar até 40% da sua refeição. É nesse suco que está o lucro deles. Assim como é nesses serviços é que eles conseguem aumentar seus lucros.


Para nós consumidores, olhar apenas o preço da passagem não basta. Se você tiver a intenção de utilizar algum dos serviços oferecidos pela aérea, verifique seus valores e some tudo isso no preço final da passagem. Você pode se surpreender, mas, algumas cias. aéreas tradicionais podem sair mais baratas que uma low fare.


Na próxima semana eu vou continuar falando de "dicas para as férias (fim do ano já passou)", com "Levar dinheiro para o exterior. Qual a melhor forma?".


¡Hasta luego!