domingo, 12 de setembro de 2010

Bogotá: Como chegar e o que não perder



Capital da Colômbia, Bogotá conta com quase 9 milhões de habitantes, sendo uma das maiores cidades das Américas (perdendo pra São Paulo, New York, Ciudad de México). A cidade também é uma das mais altas, se erguendo a mais de 2.600 metros em relação ao nível médio do mar, mas quebra a barreira dos 3.100 metros em Monserrate e Guadalupe.


Para ir para Bogotá, por avião, você pode contar com vôos diretos operados pela VARIG (GOL) e Avianca, além da TAM que irá iniciar suas operações por lá em dezembro. No caso de minha viagem, utilizei a VARIG, mas vale lembrar que a melhor companhia na rota é a Avianca. Esses vôos saem de São Paulo. As demais regiões precisam fazer conexão em São Paulo. Vôos indiretos são oferecidos pela TACA (conectando em Lima), LAN (Santiago de Chile e Lima) ou Copa (Ciudad de Panamá).


Para os que estão mais no norte é possível ir de carro ou ônibus, mas não recomendo, em especial à noite. A Colômbia é famosa pelo narcotráfico e sua violência, porém, elas estão concentradas no interior, em especial no sul do país.


Em termos de segurança, Bogotá é uma das cidades mais bem policiadas do mundo. Os cuidados básicos devem ser tomados, como não sair com objetos de valor, exibir equipamentos eletrônicos e caso precise de um táxi, procure os amarelinhos, em geral da marca Kia e bem pequenos e compactos (se estiver num grupo de 4 ou mais pessoas, será preciso chamar dois ou mais).


Nunca tome um táxi onde tenha um passageiro sentado no banco.  Existe um tipo de golpe chamado de Taxi Millonario, onde você é assaltado e obrigado a ir até um caixa eletrônico e sacar todo o seu dinheiro (similar ao que relatei na Ciudad de México).


Andar no centro, em especial na região de La Candelaria (centro histórico) à noite também não é uma boa idéia, portanto, procure um táxi.  Por fim, evite a zona sul que também não é muito amigável e cheia de favelas.


O último cuidado (segundo um colombiano) é no aeroporto. Depois de passar pela imigração e aduana, um policial poderá parar você, revistar e perguntar (e até mesmo pedir para mostrar) quanto de dinheiro você está carregando. Não tente desconversar e minta, dizendo que está com uma quantia bem pequena (eu falei em US$ 100,00). Esse golpe ocorre aqui e na Venezuela (principalmente), onde você fala um valor que ele ache interessante e depois você pode ser assaltado. Tenha cuidado.


Depois dos cuidados, vamos passear, mas antes, câmbio. O aeroporto não tem as melhores taxas, mas, procure trocar o que você precisará para as primeiras horas. Recomendo levar dólares daqui, pois, o real lá não é tão bem aceito e você terá dificuldades para trocar.


A moeda local é o Peso Colombiano. A taxa de conversão média é US$ 1,00 para $ 1.700 pesos ou R$ 1,00 para $ 1.000, ou seja, para ter noção do preço em real, basta cortar três zeros à direita.


Para andar na cidade, você pode usar o “metrô” (chamado de Transmilenio). Esse é um dos orgulhos dos bogotanos. Trata-se de um sistema de ônibus que liga diversos pontos da cidade, em uma faixa exclusiva. O modelo foi inspirado em Curitiba e resolveu boa parte dos problemas do trânsito da cidade, que por sinal possui um dos trânsitos mais caóticos das Américas. O preço da passagem estava em $ 1.600 (ou R$ 1,60).


Mesmo tento uma boa rede, o Transmilenio não cobre toda a cidade, e nesse caso você pode usar as Busetas, que são mini-ônibus bem “bregas”, coloridos e alguns iluminados com neon. O termo mini aqui vale muito, pois, eles são muito apertados. O preço médio é de $ 1.400.


Por fim, os táxis são baratos também. O modelo de cobrança é um pouco diferente do Brasil. O taxímetro mostra um número e esse número é comparado com uma tabela onde o taxista informa o valor. Particularmente gosto desse modelo, pois, quando você precisa mudar a tarifa, você simplesmente altera a tabela e pronto. Não precisa criar uma tabela de comparação do tipo valor R$ x vai para R$ y e depois mudar no taxímetro.


Uma corrida entre a La Candelaria (onde fiquei hospedado) e Zona Rosa, uma espécie de Vila Madalena ou Lapa de Bogotá fica em torno de $ 15.000 (no período da noite, que possui uma sobretaxa). Os taxistas de forma geral são honestos, porém cuidado. Um dos colegas que foi na viagem pagou uma corrida com uma cédula de $ 50.000 e o taxista disse que era de $5.000, sendo que eu o vi colocando a nota de $50.000 sob o banco do passageiro. Ele chegou a pegar um bolo de dinheiro e mostrar que não tinha nenhuma cédula de $50.000. Sem querer arrumar confusão, meu colega pagou o resto. Recomendação: Veja a cédula e fale o valor para o taxista.


O modelo de ruas da cidade é bem interessante: Basicamente existem as Carreras (Cra ou K) e as Calles (podem ser abreviadas como C ou Cll). As Carreras correm de norte até sul da cidade em relação as montanhas que cercam ela e sua numeração começa no norte, ou seja, quanto menor a Carrera, mais perto do norte você estará. Até a décima carrera a numeração é ordinal (primera, segunda, tercera, cuarta, quinta, sexta, séptima, octava, novena e décima), sendo que depois a numeração se fala normalmente (once, doce, etc). Já as calles correm de leste a oeste e tem a mesma lógica de numeração (menor a leste, maior a oeste). Para exemplificar, o endereço Calle 18 No. 5-56 (do hotel El Virrey, onde fiquei) quer dizer que ele fica na calle 18 após a quinta carrera no número 56. O modelo só fura para as transversais (Tra) ou Diagonais (Diag). Um detalhe é que algumas ruas não possuem o número em suas placas, mas, um nome, porém elas não deixam de ter um número e seguir a lógica.
 

Se você se sentir perdido, procure uma cadeia de montanhas, que você encontrará o leste da cidade.


Se você pensar em dirigir por lá, se prepare para enfrentar um trânsito caótico. Para os pedestres, todo o cuidado para atravessar a rua, pois assim como aqui (ou pior ainda), os motoristas não respeitam as faixas de pedestre e a sinalização.


Apesar de estar bem perto da linha do equador, a noite é bem fria por lá, portanto, leve algumas roupas de frio para agüentar as temperaturas que podem ficar na faixa dos 10 graus. A altitude é responsável por isso. Tenha cuidado com o esforço e bebidas alcoólicas nos primeiros dias. Eu particularmente não sofro com os problemas de altitude, pois, já morei em lugares altos, mas, procure tomar muita água nas primeiras horas e faça um pequeno repouso.


As regiões que são interessantes para visitar são La Candelaria, Chapinero, Zona Rosa y Zona T, além de Monserrate e Zona Norte.

La Candelaria é considerado o centro histórico de Bogotá, onde você poderá encontrar a maioria dos prédios do governo, além de casas históricas e a Plaza Bolívar, onde a cidade começou seu crescimento. Ali também está o Museo Del Oro, um dos itens imperdíveis da cidade, onde você encontrará muito ouro (apenas para ver) do período pré-hispânico na Colômbia e em países vizinhos. A entrada custa $3.000 pesos e vale muito apena.


Perto do museu também está o Parque Santander, onde aos finais de semana ocorre uma feira que vende, principalmente, livros antigos. Fica a dica para os que gostam e quer alguma literatura em espanhol.


Monserrate é um dos pontos mais altos da cidade. A região possui uma igreja, ao lado de um pequeno observatório da cidade, lanchonetes e dois restaurantes (relativamente caros). Para ser perfeito faltou um hotel para ficar na paz dessa região. De lá você enxerga toda a cidade. Para chegar lá você pode usar o teleférico ou o funicular (que só funciona aos finais de semana).

Uma boa pedida é ir ao final do dia, antes do sol se pôr. O custo aproximado por pessoa para subir é R$ 8,00. Existe uma escadaria (atualmente fechada) que também permite o acesso e é usada pelos peregrinos que querem chegar à igreja. Não é muito recomendável usar ela, pois, alguns ladrões se escondem por lá. Uma feira com lembrancinhas também fica por lá.


Na região norte encontra-se a parte rica da cidade, com mansões, casas de luxo, além dos hotéis “gringos”. A região é bem vigiada. Particularmente não achei nada interessante lá, exceto a Zona Rosa.


Essa região, que inclui a Zona T (uma área exclusiva para pedestres, lotada de cafés, bares e restaurantes), é o melhor para a noite na cidade. Se você está procurando por uma “balada”, prepare o corpo, pois, a ritmo nacional é a salsa. Algumas casas até começam com uma música como rock ou pop, mas no meio da noite a salsa toma conta. Se você não gosta do ritmo, prepare um tampão de ouvidos. A revista Plan B, trás diversas opções para se divertir.

Bom, por essa semana já falei bastante de Bogotá. Na semana que vem vou falar sobre onde ficar e passear um pouco mais, além de uma cidade vizinha a Bogotá que guarda um dos orgulhos da Colômbia.


¡hasta luego!

4 comentários:

  1. Vinicius, parabéns pelo blog, eu tenho uma pergunta.

    Em Janeiro farei uma viagem para os EUA que fará uma conexão de 6 horas em Bogotá, você acha que compensa passar pela imigração e pegar um taxi para pelo menos dar uma volta pela cidade? Eu não queria ficar tanto tempo preso no aeroporto...

    []'s

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  2. Bruno,

    Obrigado pelo seu comentário.

    Do aeroporto para o centro é bem perto, porém, existe o trânsito. Se você chegar num horário de pico (ou for voltar), tenha muita atenção, pois, você pode gastar até 1 hora para trafegar do aeroporto ao centro, sendo que normalmente você leva 20/30 minutos.

    Considerando o tempo de passar pela imigração, táxi, a antecedência do seu embarque, etc, você terá no máximo (estourando) 3 horas, o que dá para você tomar um tinto (como os colombianos chamam o café) e visitar o Museu del Oro.

    Aproveito pra deixar o convite para que você assim que voltar de viagem, relate sua experiência em Bogotá (se você realmente sair por lá) e creio que estará viajando com a Avianca, para falar um pouco sob o serviço dela.

    ¡hasta luego!

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  3. qual foi a melhor forma de trocar dinheiro?

    Real por Peso ou Dólar Americano por Peso?

    obrigado.

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  4. Leve dólares americanos. Com o real você terá algumas dificuldades de aceitação.

    ¡hasta luego!

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