segunda-feira, 22 de março de 2010

Hospitality

Você já ouviu falar do termo "Hospitality Exchange"? Não conheço uma boa tradução para português, porém, ele significa uma ótima forma de viajar e ficar hospedado com um detalhe muito interessante: é grátis. Como? Através de uma rede social, que já existe desde do final da década de 40.


No ano de 49, Bob Luitweiler, formou uma organização sem fins lucrativos, chamada "Servas Open Doors", cujo objetivo era oferecer um "canto" da casa (sofá, quarto não utilizado ou cama) para viajantes. Nascia o conceito de Hospitality, onde você oferece algum canto da sua casa para que alguém fique nela.


Atualmente, temos dois grandes sites que auxiliam quem deseja se hospedar ou oferecer hospedagem. O primeiro é o Couch Surfing, fundado em 2003, é considerada a maior rede de Hospitality do mundo, com mais de 1,7 milhões de membros. O site funciona como uma rede social, a exemplo de Orkut/Facebook. Você faz um cadastro totalmente gratuito e fornece informações sobre sua localidade e perfil.


O segundo site, porém, mais antigo é o Hospitality Club, fundado em 2000 por Veit Kühne, com a idéia de ser uma rede de Hospitality via internet, o que resultou numa das primeiras redes do gênero.


Particularmente, eu tenho cadastro no Couch Surfing pelo tamanho do mesmo, portanto, vou explicar o funcionamento do site daqui pra frente. O Hospitality Club funciona de forma similar, porém, alguns procedimentos podem trabalhar de forma diferente. Se alguém utilizar o Hospitality, por favor, deixe seu comentário.


Depois do seu cadastro feito, você pode começar a buscar pessoas interessadas em hospedar, ou simplesmente, tomar um café. Todo o contato é feito por internet, via mensagens internas, mas se quiser contato por MSN, ICQ ou Skype, você pode solicitar para a pessoa essas informações. O que mais pesa num perfil são suas referências (tanto de quem já se hospedou com a pessoa ou que ela se hospedou).


Como seu perfil é novo, você deve partir para dois caminhos: Receber convidados em sua casa ou solicitar uma visita a casa de alguém.


Talvez você esteja fazendo uma pergunta bem simples: "Qual a segurança disso? Eu vou ficar na casa ou hospedar alguém que nunca vi na vida."


Bom, olhar as referências da pessoa que quer se hospedar com você é sempre a melhor forma de aumentar o nível de segurança. Creio que mais de 99% dos usuários são pessoas de bem, que querem apenas uma forma muito barata de viajar, ao invés de lhe causar qualquer mal. Um membro que tem boas referências sempre será bem-vindo.


Se você se preocupa com quem vai lhe receber ou se você deseja receber alguém, o Couch Surfing possui dois sistemas de verificação: Na primeira opção, o Couch Surfing solicita um cartão de crédito (internacional) e envia para o endereço cadastrado uma carta com um código que pode ser digitado no site para atestar que você a recebeu.


A segunda opção é chamada de "vouching system", onde um membro com "poder" de certificar um local como seguro pode emitir quantos certificados desejar. Esses são bem raros, uma vez que no início do site, apenas os fundadores tinham esse certificado.

Se somarmos isso com as referências, as chances da hospedagem ser boa aumentam e muito. Em último caso lembre: A hospedagem só ocorre com total consenso de ambas as partes, ou seja, se um não quer dois não brigam.

Para localizar um "host" (quem hospeda), um guest (quem deseja se hospedar), pode procurar por perfil (idade, sexo, idiomas que fala, se possui acessibilidade para deficientes, etc), além da localidade. Feito isso, uma lista de pessoas com as características solicitadas será apresentada.

O Couch Surfing não se resume apenas a pesquisa de pessoas para se hospedar. Eventos também são organizados, como encontros e festas fazem parte da agenda. Outro recurso é o de localização. Nele, você pode informar que vai viajar para determinado lugar entre alguns dias e outros membros do Couch Surfing irão saber que você está por lá e podem entrar em contato com você.

Lembre-se também que você não precisa hospedar ninguém para se cadastrar. Existe a opção "tomar um café", que você pode organizar de forma a ser um city-tour para o visitante.

A principal experiência do hospitality é que você enxerga o local que está pelos olhos de quem vive o dia-a-dia e não por guias, que podem atender outros interesses. Essa é a principal visão que desejo de qualquer lugar que conheço. Claro que olhar as atrações turísticas faz parte do roteiro, porém, entender algumas coisas sobre a cidade, em alguns casos por suas raízes é uma experiência fantástica.

Para fechar, vamos falar um pouco sobre custos. Como eu disse, os custos são "zero". Uso aspas, pois, recomendo que você leve algum tipo de presente para quem irá receber você. Leve algo típico, como cachaça, um CD de samba ou do axé (quando no exterior) como uma forma de agradecimento. Como tudo se trata de um acordo, em alguns casos o host pode querer "rachar" alguma coisa com você, como um serviço de limpeza ou alimentação. Se você achar razoável, pode seguir em frente, lembre-se: se um não quer, dois não brigam.

Eu espero que vocês tenham gostado do post dessa semana e quero que aqueles que já tenham passado por essa experiência deixem seus comentários para estimular outros viajantes a experimentar o hospitality.

Para fechar o mês de março, vou falar sobre vistos para o México na próxima semana.


¡Hasta luego!

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